Os doente comum de câncer espera até 4 meses para iniciar tratamento pelo SUS
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Após receber o diagnóstico da doença, um paciente com câncer espera, em média, quase quatro meses para conseguir uma sessão de radioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No caso de uma cirurgia, o tempo médio de espera cai para três meses e, para quimioterapia, dois meses e meio. Os dados integram uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) com base em dados oficiais da rede pública de atendimento e entrevistas com mais de 200 médicos e associações de apoio aos pacientes.
O parâmetro internacional de excelência, segundo o TCU, prevê o início do tratamento de cãncer em, no máximo, 30 dias após o diagnóstico. No entanto, os auditores detectaram que somente 16% dos pacientes com indicação de radioterapia e 35% de quimioterapia iniciaram o tratamento no prazo. No Reino Unido, por exemplo, 99% dos doentes começam o tratamento em menos de um mês.
Depois de seis meses de trabalho, a equipe identificou um déficit de 135 equipamentos de radioterapia, 44 de cirurgia e 39 de quimioterapia. Em relação à radioterapia, se fossem contabilizados os aparelhos existentes na rede privada, ainda faltariam 57 unidades.
Morador do Distrito Federal, o motorista Raimundo Santos, 63 anos, relata a angústia pela espera por uma sessão de radioterapia na rede pública. Diagnosticado em dezembro do ano passado com câncer de próstata, ele iniciou o tratamento somente seis meses depois. Não conseguiu sequer fazer metade das 30 sessões recomendadas pelo médico, já que foi obrigado a interromper o tratamento porque o aparelho quebrou. “Me sinto uma peça descartável. Não estou bem. Eu preciso de tratamento e ele não vem”, lamentou.
Outro dado do TCU mostra que menos da metade dos pacientes diagnosticados com câncer conseguiram ter acesso ao tratamento pelo SUS em 2010.
As falhas nos serviços, conforme os auditores, estão relacionadas à carência de investimentos, despreparo dos profissionais para operar equipamentos, ausência de mecanismos para acompanhar a qualidade do serviço prestado, demora na inclusão de novos tratamentos e baixos valores pago aos hospitais, o que desestimula a oferta dos serviços.
“Apesar do gasto do governo federal estar crescendo nessa área, identificamos muitas carências para serem sanadas”, disse o secretário de Avaliação de Programas de Governo do TCU, Carlos Alberto Sampaio. “Temos indicadores semelhantes aos do Reino Unido na década de 90. Eles [os britânicos] fizeram planos com metas e, hoje, têm bons indicadores. Se o Brasil seguir a mesma linha, daqui a dez anos vamos ter indicadores comparados aos do Reino Unido”.
O TCU recomenda que o governo federal faça uma revisão do número de pacientes com necessidade de tratamento pelo SUS, crie indicadores de desempenho e capacite profissionais da atenção básica.
Segundo o Ministério da Saúde, os gastos federais com assistência oncológica triplicaram nos últimos 12 anos. Em 2011, a pasta vai fechar com R$ 2,2 bilhões de recursos aplicados na área. A quantidade de cirurgias oncológicas cresceu 40%, passando de 67 mil (2003) para 94 mil (na estimativa de 2011). No último ano, dos 155 procedimentos de radioterapia e quimioterapia oferecidos pelo SUS, 66 tiveram reajuste do valo pago. “Com isso, garantimos maior acesso aos serviços oncológicos para 300 mil pacientes que são atendidos no SUS”, informou o ministério por meio de nota.
O parâmetro internacional de excelência, segundo o TCU, prevê o início do tratamento de cãncer em, no máximo, 30 dias após o diagnóstico. No entanto, os auditores detectaram que somente 16% dos pacientes com indicação de radioterapia e 35% de quimioterapia iniciaram o tratamento no prazo. No Reino Unido, por exemplo, 99% dos doentes começam o tratamento em menos de um mês.
Depois de seis meses de trabalho, a equipe identificou um déficit de 135 equipamentos de radioterapia, 44 de cirurgia e 39 de quimioterapia. Em relação à radioterapia, se fossem contabilizados os aparelhos existentes na rede privada, ainda faltariam 57 unidades.
Morador do Distrito Federal, o motorista Raimundo Santos, 63 anos, relata a angústia pela espera por uma sessão de radioterapia na rede pública. Diagnosticado em dezembro do ano passado com câncer de próstata, ele iniciou o tratamento somente seis meses depois. Não conseguiu sequer fazer metade das 30 sessões recomendadas pelo médico, já que foi obrigado a interromper o tratamento porque o aparelho quebrou. “Me sinto uma peça descartável. Não estou bem. Eu preciso de tratamento e ele não vem”, lamentou.
Outro dado do TCU mostra que menos da metade dos pacientes diagnosticados com câncer conseguiram ter acesso ao tratamento pelo SUS em 2010.
As falhas nos serviços, conforme os auditores, estão relacionadas à carência de investimentos, despreparo dos profissionais para operar equipamentos, ausência de mecanismos para acompanhar a qualidade do serviço prestado, demora na inclusão de novos tratamentos e baixos valores pago aos hospitais, o que desestimula a oferta dos serviços.
“Apesar do gasto do governo federal estar crescendo nessa área, identificamos muitas carências para serem sanadas”, disse o secretário de Avaliação de Programas de Governo do TCU, Carlos Alberto Sampaio. “Temos indicadores semelhantes aos do Reino Unido na década de 90. Eles [os britânicos] fizeram planos com metas e, hoje, têm bons indicadores. Se o Brasil seguir a mesma linha, daqui a dez anos vamos ter indicadores comparados aos do Reino Unido”.
O TCU recomenda que o governo federal faça uma revisão do número de pacientes com necessidade de tratamento pelo SUS, crie indicadores de desempenho e capacite profissionais da atenção básica.
Segundo o Ministério da Saúde, os gastos federais com assistência oncológica triplicaram nos últimos 12 anos. Em 2011, a pasta vai fechar com R$ 2,2 bilhões de recursos aplicados na área. A quantidade de cirurgias oncológicas cresceu 40%, passando de 67 mil (2003) para 94 mil (na estimativa de 2011). No último ano, dos 155 procedimentos de radioterapia e quimioterapia oferecidos pelo SUS, 66 tiveram reajuste do valo pago. “Com isso, garantimos maior acesso aos serviços oncológicos para 300 mil pacientes que são atendidos no SUS”, informou o ministério por meio de nota.
Justiça do Ceará decide anular 13 questões do Enem em todo o país
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A Justiça Federal do Ceará decidiu nesta segunda-feira anular para todo o país as 13 questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que vazaram para alunos do colégio Christus antes da prova. O MEC (Ministério da Educação) disse que vai analisar a decisão. Cabe recurso.
O Ministério Público Federal queria a suspensão do exame nacional em todo o país ou a anulação das 13 questões. Já o MEC (Ministério da Educação) queria nova prova apenas para os 639 concluintes do ensino médio do colégio Christus, de Fortaleza.
Os estudantes tiveram acesso antecipado a questões do Enem em um simulado no colégio. Para o colégio, as questões podem ter entrado em um banco de perguntas da própria instituição por sugestão de alunos que fizeram pré-testes, "sem o conhecimento da escola no que diz respeito à origem desses dados".
A presidente do Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem), Malvina Tuttman, esteve nesta segunda-feira em Fortaleza para se reunir com o juiz federal Luiz Praxedes Vieira da Silva e defender que o exame fosse anulado em todo o país.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou a dizer ontem, em evento político em São Paulo, que "basta aplicar uma nova prova aos alunos que foram, inadvertidamente, beneficiados".
Um inquérito da Polícia Federal foi aberto para esclarecer como as questões do Enem vazaram.
PRÉ-TESTE
O problema veio a público após alunos escreverem em redes sociais, após a realização do Enem, que colégio havia conseguido antecipar questões.
Inicialmente, o MEC identificou oito questões iguais. Na quinta passada (27), concluiu que o simulado continha 14 questões do Enem.
Elas haviam sido aplicadas no pré-teste realizado por duas turmas da escola em outubro de 2010 --os colégios que fazem o pré-teste são escolhidos por sorteio.
Segundo o MEC, todos os cadernos da pré-testagem foram devolvidos, mas o conteúdo pode ter sido copiado eletronicamente. "O material [o simulado] é o conteúdo de dois cadernos, na íntegra. Está absolutamente comprovado", disse Haddad
O Ministério Público Federal queria a suspensão do exame nacional em todo o país ou a anulação das 13 questões. Já o MEC (Ministério da Educação) queria nova prova apenas para os 639 concluintes do ensino médio do colégio Christus, de Fortaleza.
Os estudantes tiveram acesso antecipado a questões do Enem em um simulado no colégio. Para o colégio, as questões podem ter entrado em um banco de perguntas da própria instituição por sugestão de alunos que fizeram pré-testes, "sem o conhecimento da escola no que diz respeito à origem desses dados".
A presidente do Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem), Malvina Tuttman, esteve nesta segunda-feira em Fortaleza para se reunir com o juiz federal Luiz Praxedes Vieira da Silva e defender que o exame fosse anulado em todo o país.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou a dizer ontem, em evento político em São Paulo, que "basta aplicar uma nova prova aos alunos que foram, inadvertidamente, beneficiados".
Um inquérito da Polícia Federal foi aberto para esclarecer como as questões do Enem vazaram.
PRÉ-TESTE
O problema veio a público após alunos escreverem em redes sociais, após a realização do Enem, que colégio havia conseguido antecipar questões.
Inicialmente, o MEC identificou oito questões iguais. Na quinta passada (27), concluiu que o simulado continha 14 questões do Enem.
Elas haviam sido aplicadas no pré-teste realizado por duas turmas da escola em outubro de 2010 --os colégios que fazem o pré-teste são escolhidos por sorteio.
Segundo o MEC, todos os cadernos da pré-testagem foram devolvidos, mas o conteúdo pode ter sido copiado eletronicamente. "O material [o simulado] é o conteúdo de dois cadernos, na íntegra. Está absolutamente comprovado", disse Haddad